Quem abre uma empresa e integra a família aos negócios costuma sonhar com o sucesso e em passar a firma para seus filhos, e que estes passem para os netos, e assim por diante. No entanto, nem sempre as empresas familiares refletem realmente sobre o planejamento sucessório.

Planejamento sucessório em empresas familiares

Fonte: FreePik

É comum que jovens, filhos de empresários de sucesso, sintam-se obrigados a seguir os passos de seus pais, sem refletir muito sobre a importância da empresa para a família ou se possuem traquejo para o negócio. Por outro lado, a pressão familiar é sempre grande, principalmente se o negócio estiver em seu auge.

Por isso mesmo, muitos empresários não se preocupam com quem ocupará a diretoria da empresa no futuro, pois acreditam que já possuem pessoas qualificadas para tanto: seus filhos, sobrinhos e outros parentes que passaram a vida toda ligados aos negócios familiares, tanto de forma direta quanto indireta.

No entanto, a mortalidade das empresas familiares brasileiras é bem alta, pois, aproximadamente, 30% delas fecham durante a gestão da segunda geração e 15%, durante a administração seguinte. Não há um motivo exclusivo para este fechamento, mas o principal é a presença de diretores pouco preparados para administrar um negócio.

Por isso, organizar a empresa e realizar um planejamento sucessório é fundamental para mantê-la aberta e saudável por muito mais tempo. Para isso, não basta treinar os filhos. É preciso preparar toda a estrutura da empresa para receber essa nova diretoria, que tende a ser mais jovem e cheia de ideias.

Negócios familiares com planejamento sucessório

Fonte: FreePik

Além disso, existe toda uma burocracia administrativa e contábil que precisa ser seguida quando há mudanças no quadro diretor e societário de uma empresa, muitas vezes envolvendo interesses não tão alinhados como os da primeira geração de sócios e nem sempre a família sozinha consegue dar conta de toda essa papelada. Por isso, uma consultoria contábil externa pode ajudar bastante neste momento.

Outro ponto importante a ser discutido é se os filhos do(a) dono(a) da empresa pretendem realmente assumir o comando dos negócios. Em casos afirmativos, os futuros diretores devem começar a ser treinados o quanto antes e receber instrução e formação adequadas. É importante que conheçam bem a empresa e as diferentes funções, para entender bem como tudo funciona.

Mesmo os pais querendo sempre o melhor para seus filhos, é importante que uma pessoa que assumirá os negócios no futuro comece na empresa em um cargo mais baixo, para poder aprender mais sobre os diversos cargos e processos que a empresa possui. Em uma situação real, dificilmente alguém entra numa empresa ocupando um cargo de chefia, e em uma empresa familiar isso não deve ser diferente.

Vale lembrar que uma diretoria inexperiente pode acabar tomando decisões precipitadas ou pouco pensadas, o que pode complicar bastante a saúde financeira de uma empresa. Por isso, esse treinamento dos sucessores é tão importante: assim, eles acabam integrando-se à diretoria de forma mais natural.

Planejamento sucessório em negócios de familia

Fonte: FreePik

Por outro lado, se os sucessores naturais não pretendem seguir com o negócio, há algumas opções a se pensar. Uma delas é vender a empresa enquanto ela está no auge e dando lucro, para que se consiga o melhor preço por ela.

Outra opção é buscar administradores profissionais, capazes de extrair o melhor da empresa, em lugar do envolvimento direto dos sucessores na gestão. Contudo, essa alternativa envolve um minucioso trabalho societário visando a garantir os interesses patrimoniais dos sucessores, na qualidade de novos ou futuros sócios no negócio, através de mecanismos de controle e governança corporativa para pequenas ou médias empresas. É uma opção bastante viável e vantajosa, desde que o empresário, ou seus sucessores, busquem assessoria societária adequada.

Para decidir o que é melhor, cada empresa deve fazer seu planejamento sucessório, que não é um processo rápido. Ele pode levar algum tempo para ser concluído, principalmente quando há incertezas sobre quem assumirá os negócios da família, e contar com uma boa assessoria contábil, assim como societária, durante todo o processo, pode ser fundamental.